Ingresso foi maior reclamação de torcedores da Copa das Confederações ao Procon

O sistema de compra e retirada de ingressos para as partidas da Copa das Confederações, que aconteceu neste ano em seis das 12 cidades-sede da Copa de 2014, foi a maior reclamação dos torcedores brasileiros sobre a competição ao Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor). Depois do sistema de compra pela internet, que ficou em primeiro lugar na lista de reclamações, e de retirada dos ingressos, aparece a localização dos lugares comprados dentro dos estádios.
Levantamento do UOL Esporte feito junto aos Procons do Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Distrito Federal, Ceará e Minas Gerais mostra que torcedores reclamaram ainda da falta de filas preferenciais para idosos, gestantes e portadores de deficiência física, tanto nos locais de retirada das entradas quanto nas arenas dos jogos. Outra reclamação recorrente foi o preço dos itens de consumo dentro dos estádios e, em algumas partidas, o término destes por quantidade insuficiente para o número de torcedores, dentre outras.
Em cinco dos seis estados-sede da Copa das Confederações, ao todo foram registradas 69 reclamações contra a Fifa, a Match (empresa parceira responsável por venda de ingressos para a Fifa) ou a competição em si. No Distrito Federal foram registradas 32 reclamações, o maior número dentre as sedes do mundial de futebol. Em Pernambuco foram 15 queixas, na Bahia dez, no Ceará sete e no Rio de Janeiro, cinco.
O Procon de Minas Gerais confirma, através de sua assessoria de imprensa, que diversas reclamações foram registradas, mas que não é possível dizer quantas pois não há um sistema para totalizar a informação. É possível que haja queixas registradas em Procons de outros estados brasileiros, mas normalmente são recebidas e conduzidas nos Procons das praças onde ocorreu o evento em questão.
"Teve casos de pais que foram obrigados a sentar longe dos filhos, pois só na hora de retirar os ingressos ficaram sabendo quais lugares haviam comprado", diz Gisela Simona, superintendente do Procon de Mato Grosso e presidente da Associação Brasileira de Procons. "O principal problema foi a falta de informações. Ao longo do processo de compra teve muita gente que não foi sabia que não poderia escolher o lugar e sim apenas a categoria dos ingressos, por exemplo", afirma a presidente da associação.

Gato por lebre

Os casos mais graves de violação dos direitos do consumidor aconteceram no Recife, onde torcedores compraram ingressos para categorias mais caras e acabaram com entradas para sentar na categoria 4, a mais barata e pior localizada na Arena Pernambuco. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) chegou a propor uma ação, mas o Procon-PE afirma que conseguiu um acordo com a Match para a devolução do dinheiro aos torcedores prejudicados. A empresa teria afirmado que, com o atraso na construção do estádio, não recebeu a planta da localização exata dos setores e lugares, o que causou a confusão. Houve torcedor que comprou ingresso para a categoria 4 mas sentou-se na categoria 1, a mais cara.

Aiuri Rebello
Do UOL, em Brasília
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